Prisioneiro
Falta-me o ar para respirar,
o amigo em sua solidariedade,
o bem maior, a oração, o amar
tudo que gira na velocidade.
Falta-me o querer ainda cativo,
o meu ser e minha razão,
o alimento, o poder e sobrevivo,
ainda pelo sabor da oração.
Falta-me ser forte, não vigiado,
a alegria de não ser subjugado,
ver o mundo belo, privilegiado,
deixar de ser alguém enclausurado.
Falta-me ser ainda salvo, é natural
do amor, e pelo amor ser livre, partir
ver o mundo de forma bem real,
ter vários caminhos para onde ir.
Falta-me da vida viver e prosseguir,
agora o tempo não mais importa,
ser cativo é não ter onde ir
sorte é ter algo que realmente importa.
Betânia Uchôa