sábado, 28 de novembro de 2009

Os esquecidos




Pela janela chegam
os cânticos dos aflitos,
Cantam o amor impossível,
entoando dentro da noite,
sua tristeza,
sua agonia...

Cantam a escuridão das almas
que nascem e morrem
sem amor.

Cantam para afugentar a dor
de serem esquecidos,
a dor que não é mais dor,
é a certeza, de não ter
existido.

Cantam, cantam
E espantam as horas mortas
que buscam a solidão.
Cantam para afugentar o
choro, no soluço preso
ainda na garganta.

Betânia Uchôa

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A pequena flor



A pequena flor

A pequena flor
È uma imagem no jardim
Bailando solitária, jasmim
Parecia de toda cor

A flor da paisagem
Vista daquela janela
Se via dentro da ramagem
Tinha uma cor só dela

Aquela pequena flor
Flor amarela
Envelhecia, perdendo a cor

Aquela linda flor
Murchava sozinha
Sem sentir dor.

Betania Uchoa

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A poesia em nós



"Cada pessoa vê e sente a poesia de uma maneira só sua, impor uma maneira única de se vê-la e senti-la, seria o mesmo que deixar de olhar a beleza em volta de nós."

Betânia Uchôa

domingo, 15 de novembro de 2009

O SILÊNCIO



É tão profundo o silêncio,
que atravessa o abismo entre as mentes,
Se perde no tempo e na escuridão, e
No vácuo que se abre, fogem a música,
o som da palavra que hora foi dita,
que em sua pressa,
escorregam, se rompendo no vazio.

Betânia Uchôa
Ilustração de Alex Uchôa

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Meu desejo








Eu queria ser um pássaro cheio de porte
Com olhar profundo e penas imensas!
Eu queria ser uma música, bela e extensa,
A sair embalando corações, lírica e forte!

Eu queria ser uma flecha, certeira e densa
Acertando corações, lhe dando amor e sorte!
Eu queria amar de forma livre e intensa
Um amor único que nos leve até a morte!

Que varra para bem longe a dor e a tristeza...
Que palpita o peito diante de tanta beleza,
E que não haja um mortal que o desmente!

Que me traga sempre essa vontade todo dia,
De esquecer que um dia eu tive dor e agonia!
Perpetuando sempre esse amor na mente!...

Betânia Uchôa

domingo, 8 de novembro de 2009

Quando o amor acontece


Quando o amor acontece
deixa-se logo a mostrar,
e o que no coração tece,
pontos se juntam a perpetuar.

Quando o amor acontece,
a vida se põe em construção,
tijolos, cimento, e envelhece,
numa existência de união.

Quando o amor acontece,
tudo acontece por opção,
sentimento que enaltece,
transbordando de emoção.

Quando o amor acontece,
duas pessoas juntas, paixão,
o começo de um enlace,
que formaliza, celebração.

Quando o amor acontece,
é preciso uma dose de ação,
e com o tempo fortalece,
o amor, vindo desta união.

Betânia Uchôa

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Aluado









Noite bonita, noite de lua, lua crescente!
É um belo quadro, um breve olhar, alucinante!
E se ainda não me recuperei, estou doente!
Pela febre de paixão, me sinto crente!
Te suplico, me salve! Peço-te, clemente!

Noite bonita, noite de lua, lua crescente!
Ah! vem um pouco de loucura, na mente!
Me vejo flutuar ao teu encontro, demente!

Lua, lua ...sou um sonãmbulo, sente!
Eu vejo estrelas, e mesmo acordado, sou temente!
Com meus sentimentos agora tão transparentes!
Minha mente flutua, oh! lua, lua crescente!

Betânia Uchôa