terça-feira, 29 de novembro de 2011

Bem-te-vi


Bem-te-vi

Pela janela vi um Bem-te-vi,
fazia bailar toda a flora...
Brindava o sol aqui e ali!
Lembrava cenas de outrora...

Ele não tinha problema em ir
Em seu voo ia sempre feliz.
Não existia isso de partir,
Estava ali e saia num triz...

Fico com esta cena na mente,
Olho ora para terra e o céu.
Meu ser procura e ainda sente,
Vendo ele mais feliz que eu...

Meu corpo não está em mim,
Sou o Bem-te-vi em volta da flor...
Sentindo este perfume vim,
Cantando ao dia cheio de cor.

Essa vida é o meu desejo,
Vendo Primaveras e Outonos
Longas horas que almejo,
Para sair do meu abandono...

Betânia Uchôa

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Flor da Estação



Flor da Estação

Veja essa flor,
é o símbolo do amor
por isso tem esse esplendor.

Veja como se mostra,
Se veste e se dá,
em suas vestes de puro veludo.

Veja como é doce,
embriaga os sentidos,
procurando amenizar quem sabe a dor.

Veja como finge ser triste
compartilhando minha tristeza
quando se aproxima a partida.

Veja essa flor,
agora é só uma imagem,
mas já chega de viagem,

Veja essa flor,
agora não tarda a chegar,
junto com a estação.

É o símbolo do meu desejo,
é o que vai no coração,
um alegria, um beijo.

Trago na boca o gosto,
e a lembrança no coração.

Tudo está mudando de cor,
com sua leve lembrança,
é primavera, é primavera....

Saúda o meu coração.

-Betânia Uchôa-

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O amanhã






O amanhã

O amanhã nunca morre,
se ele acaba para você,
ele sempre renasce 
na vida de um outro alguém.

Betânia Uchôa


sábado, 30 de julho de 2011

Tua riqueza


Tua riqueza



Você tem a lua.

Que contempla e lhe acolhe,
Você tem o vento e
Com seu carinho, lhe assanha
os cabelos.

Você tem o sol.

Que em sua grandeza,
Nasce e lhe dá o dia,
sua beleza e sua claridade,
lhe dar o seu calor.

Você tem o amor.

Que lhe completa,
lhe deixando leve e feliz,
deixando seu peito cheio,
seu corpo em anseios,
a luz em teu meio.

Você tem a mim.

Que te acompanha,
que lhe assanha, lhe ouve,
lhe chama, lhe quer e lhe clama.
E com você é pura chama,
na paixão e no amor.

Você tem o belo.

E converte o feio em sua
frente, na beleza de teu
interior, tua realidade em
simples flor.
É tua fantasia, tua alegria.

Você tem a arte.

Com ela você diz ao mundo,
o que é preciso, tanto
em canção, em poesia...
essa imensa beleza tua,
em tela, em palco,
o que importa é você!

Ser você!



Betânia Uchôa

sábado, 2 de julho de 2011

Confissões de um viajante


Confissões de um viajante

Vem, conta-me de tuas idas
Em que a solidão foi tua companhia,
Da noite que muda, de acordo com a tua direção.

Vem, conta-me de tuas vontades
Em que um breve desejo, mudou sua história
Do acordar em terras distantes, sem nome, sem cor.

Vem, conta-me de teus medos
Em que o desespero já tomou conta de teu ser
Do sentimento de esperança que nesta hora o confortou.

Vem, conta-me de teus pensamentos
Que correram soltos, livres, eram pássaros
Do sentimento de liberdade, do novo, do conhecimento.

Vem, conta-me de teus amores
E foram tantos, dentro de tua breve vida,
Dessa vida compartilhada, mas livre para seguir.

Vem, conta-me simplesmente de ti,
O porquê de tua chegada, e quando será tua partida
E desse sentimento, agora tão tarde, querendo acolhida.

Vem, conta-me de teu coração,
Ainda é um ator, um errante, um fingidor?
E desse ar maltrato, de várias vidas, todas elas sem amor.

Vem, conta-me...



Betânia Uchôa


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Calada

Calada

O silêncio
me olha,
me pedindo
clemência,
mas ele não
sabe, que calada
é quando eu
sonho mais.
Betânia Uchôa

terça-feira, 7 de junho de 2011

Amor impossível


Amor impossível

Em tua carta, as linhas contém o peso
das lágrimas sentidas, e se assim mereço,
trazem à tona, uma lembrança esquecida,
são teus traços, avivando a foto perdida.

O tempo parou, reviveu dentro de mim
tantas emoções, que parecem não ter fim
e nestas poucas linhas que escreveste,
nunca um adeus foi tão sentido como este.

Este dia, um dia escuro, sem ver a luz!
Ainda assim, caída, senti o peso da cruz
e se houvesse luz, não mudaria o cenário.

Eu chorava, tudo por este amor contrário!
Esta carta, não muda o meu destino
Não buscarei o mesmo amor clandestino.


Betânia Uchôa



sábado, 28 de maio de 2011

Mares da Mente


Mares da mente



De cima vemos o oceano, veja!
É um mar de glória, em plena paz.
Em nosso íntimo, que assim seja!
Sem águas turbulentas vistas de trás.

Onde vou? Em ondas que o vento leva!
Corra atrás de mim se for capaz!
Na liberdade que o vento nos eleva,
Se morro feliz, mostro na placa, aqui jaz.

Bela viagem, no meu barquinho a vela!
Adeus! não me prenderei a ela!
Sigo em frente, livre! sem adeus!

Nas ondas da minha imaginação ligeiro,
Me sinto no próprio papel de marinheiro,
E grito, Feliz Agradecendo a Deus!



Betânia Uchôa

sábado, 14 de maio de 2011

A seca


A seca

Quando olho para minha vida,
O ontem, o agora e só então,
lágrimas corridas, entristecida
com o tempo, tive outra visão.

Houve tantos nãos, motivo,
para tantas queixas, e sem razão
da falta do pão, água, e apenas vivo,
na esperança que elas melhorarão.

Passo o dia e noite de minha vida,
tentando fugas desse mundo atroz.
Paro, vendo quanto estou perdida,
Sem sonhos, a vida zomba de nós.

E por está assim, meus sonhos estão
nascendo numa terra seca e lisa
Faltam até as lágrimas, um riachão,
Mas sem sonhos nada se realiza.


Betânia Uchôa


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Divisão de bens



Divisão de bens


Quero dividir contigo, este amor,

crescido no tamanho e na largura,
com as experiências que a vida
nos deu, e presenteou com este
calor, que só o amor conhece.

Quero dividir contigo, esta paixão,
quente, contagiante, pela vida, por
tantos momentos passados juntos
e separados, eternos dentro de nós,
que só o meu corpo e o teu conhece.

Quero dividir contigo, essa vida,
cheias de momentos teus e meus,
dos nossos dias vividos um a um
sem lembrar das partidas que o
meu coração e o teu conhece.

Quero dividir contigo, esse segundo
em que firmei o olhar no seu rosto
ainda límpido, do nosso acordar
e que outro momento, nenhum
igual a este, eu ou tu, o conhece.

Betânia Uchôa




quinta-feira, 14 de abril de 2011

Eu sei...



Eu sei...



Não sei. Antes eu via tantas cores,
Os campos cheios de luz e glória...
O belo era palco para qualquer história,
Da janela via-se um jardim de flores,


Tudo está mudado, como nunca esteve,
E dentro de mim não há a beleza de antes.
Não noto a beleza do que via a instantes,
O belo passou rápido como brisa leve.


É um momento, eu sei, vem algo que não li.
E em minha mente algo bom ainda há de fluir.
Sensações que tinha antes e ainda vou sentir,
Algo mais belo que qualquer coisa que já vi.


É só um momento, eu sei, como se fosse um transe,
Onde fogem de mim qualquer nova idéia,
Qualquer coisa que seja bela ou feia,
Um sonho que se transforme em romance.

23/03/2010



Betânia Uchôa

quinta-feira, 31 de março de 2011

Na memória



Na memória


Mais que loucura, que emoção!
sinto-me embriagada, sem ter bebido,
quando em minha reclusão, as suas mãos
acalentam meu corpo ainda vestido.

E me embala para a noite, é um teste,
para que tente, sem ter bebido,
zonza, cambaleante, desse a este
como mais um sonho sem sentido;
a memória como tu assim quiseste,
volta e dá ao meu ser um perdido.

E vago na lembrança do que via,
pensando em toda a rebeldia,
Eu reconheço minha ousadia,
e pelo nosso amor, viver melhores dias.

Me pergunto como posso ter vivido
todas essas loucuras, estando sóbria
sem ter bebido ou se faz algum sentido.

Betânia Uchôa


quarta-feira, 23 de março de 2011

Um vez, um amor



Uma vez, um amor


Uma vez eu tive um amor, um sonho,
Nasceu numa tarde em pleno outono.
Ficava encantada com seu ar risonho,
E do meu coração, você se fez o dono.


Um amor brando, doce, assim exponho.
Vivia a cantar e a sorrir até no sono,
Quando partia, doía, ficava tristonho
De pensar que podia ficar no abandono.


Esse amor sentido, que era luz, era dor;
Quem podia viver assim, entre mundos,
Do real sentido, desse amor fingidor.


Mas sempre estava ali, esse amor;
Sem fazer sentido, sentido profundo,
E morreu assim, sem um salvador.


Betânia Uchôa


quinta-feira, 10 de março de 2011

Existência



Existência

A existência é maior do que a encaro
Maior do que o que existe na mente
Diante de algo tão maior eu paro
Fico alheia ao que se passa no presente.

Fomos feitos com o sentimento raro
Não uma criação de forma displicente,
Mas com tudo isso, não ligamos, é claro
E saímos a gastar a vida, perdidamente.

Não pensamos em nada. Só o desejo
De viver tudo, certo ou errado, enquanto
A realidade é deslocada ao longe, apenas.

Falta ver a grandeza... essa visão que vejo
Falta liberar o sentimento de puro encanto
Ao criador, louvor, nas adorações serenas.


Betânia Uchôa


quarta-feira, 2 de março de 2011

Faz de conta



Faz de conta

*
Faça de conta que sou agora madura
E pelo tempo, passei por muitas vidas
Vivi de uma forma dolorida e dura
Eu compreendo tantas idas e vindas.
*
Faça de conta que sou apenas garota
Vivendo à espera de me tornar adulta
sonhando realizar alguma descoberta
Que pareça aos olhos do mundo culta.
*
Faça de conta que sou uma mulher
Correndo atrás de um sonho louco
Vivendo cada dia como bem o quer,
*
Mas não pense que sou agora velhinha
contando estórias de como eu vivia
Uma mulher de sonhos, e sonhos tinha.

Betânia Uchôa


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Feita de sorrisos


Feita de sorrisos


Hoje vesti-me de sorrisos
nas vestes, e até ao calcanhar
sapato feliz em sua cor
que faz do chão levitar


Hoje vesti-me de sorrisos 
nos cabelos, e até no andar 
olhos sorrisos cheios de amor 
luvas de sonhos a acariciar 


Hoje vesti-me de sorrisos 
até nos braços a levar 
Bouquet de fruta cor 
fazendo amigos se achegar 


Hoje vesti-me de sorrisos 
pequenos e grandes ao dar 
alegria e carinho ao sabor 
do mais leve acordar. 


Betânia Uchôa



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Escalada para o amor


Escalada para o amor

O amor pode ser maior e existe
em meu ser, um sentimento raro
e na sua falta, meu sorriso é triste
esperando um abraço, me declaro.


Ante ao conforto meu ser não resiste
sinto o calor, sensação quente e paro
fortalece sua imagem e em mim persiste
É vida, é amor, me sinto no amparo.


Não olho o ontem, ou se ele me fere
mas o seu amor, o meu ser prefere
mesmo que amanhã, ande só.


Vivo o presente a cada instante
como uma escalada, eletrizante
o sentimento é este, puro e sem nó.

Betânia Uchôa


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

ERGO O MEU OLHAR




ERGO O MEU OLHAR


Ergo o olhar, é vida que se ilumina
Só a luz depois da escuridão pode
Devolver o brilho, deixando a casa
Livre da tristeza que a mim sacode.

Ergo o olhar, e canto como as aves
Que voam pelo céu, a cada canto,
Num bater de asas que não se duvide
E leva a dor, dando adeus ao pranto.

Ergo o olhar, um sorriso largo, fino
Depende da intenção que se atreve,
Roubando a paz, e não meu sangue
Que corre solto nesta corrida breve.

Ergo o olhar, me entrego, és o dono
Dos meus carinhos e do meu ombro.
Ergo o olhar, eu vejo a vida, vida!
E ela me chega, agora sem assombros.


Betânia Uchôa

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cartão Postal


Cartão Postal


Meu corpo se transformou
Em um grande caldeirão,
Onde transbordou todos
Os sentimentos e emoções. 


Todos os meus medos, anseios,
Meus risos, toda minha saudade e
Desejos, como mágica, escapolem
Pegando carona com este cartão,
Para chegar até você.


Betânia Uchôa


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Prisioneiro


Prisioneiro

Falta-me o ar para respirar,
o amigo em sua solidariedade,
o bem maior, a oração, o amar
tudo que gira na velocidade.


Falta-me o querer ainda cativo,
o meu ser e minha razão,
o alimento, o poder e sobrevivo,
ainda pelo sabor da oração.


Falta-me ser forte, não vigiado,
a alegria de não ser subjugado,
ver o mundo belo, privilegiado,
deixar de ser alguém enclausurado.


Falta-me ser ainda salvo, é natural
do amor, e pelo amor ser livre, partir
ver o mundo de forma bem real,
ter vários caminhos para onde ir.


Falta-me da vida viver e prosseguir,
agora o tempo não mais importa,
ser cativo é não ter onde ir
sorte é ter algo que realmente importa.

Betânia Uchôa

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O Banho da rosa



O Banho da rosa

Chuva cai fininha lá fora
Banhando a rosa carmim
Ouço o barulho dela agora
Festa e risos sem fim.

Chuva cai dentro da noite fria
A rosa agora toda banhada
Tudo para começar o longo dia
com a linda face lavada.

A manhã te trás orvalhada
pela noite feliz
Te deixou toda molhada
rosa linda, o que me diz?

Tua beleza agora é só encanto
A todos que passam aqui
Até o vento, vem ver seu canto
Na leve brisa que noto ali.

Betânia Uchôa