Na memória
Mais que loucura, que emoção!
sinto-me embriagada, sem ter bebido,
quando em minha reclusão, as suas mãos
acalentam meu corpo ainda vestido.
E me embala para a noite, é um teste,
para que tente, sem ter bebido,
zonza, cambaleante, desse a este
como mais um sonho sem sentido;
a memória como tu assim quiseste,
volta e dá ao meu ser um perdido.
E vago na lembrança do que via,
pensando em toda a rebeldia,
Eu reconheço minha ousadia,
e pelo nosso amor, viver melhores dias.
Me pergunto como posso ter vivido
todas essas loucuras, estando sóbria
sem ter bebido ou se faz algum sentido.
Betânia Uchôa