terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Memórias




Memórias


Eram ladrões:
Levaram as coisas de valor,
Todo o brilho material por onde os olhos avistava.
A fortaleza de ouro.
.
Eram Trabalhadores:
Levaram as falas e as marteladas pela hora de descanso
Onde houve barulhos e movimentação,
O reinado do silêncio.
.
Eram mendigos:
Levaram os restos de uma casa
Com apenas gestos de humildade e dor
E comidas para afugentar a fome.
.
Eram crianças:
Levaram a tristeza reinante nos cômodos vazios
Que gritavam alto em nossa mente
Pedintes de alegria.
.
Eram amantes
Levaram a chama do amor que ainda existia,
Deixaram outra mais forte, duradoura...
Para que as encontrássemos agora.
.


Betânia Uchôa

terça-feira, 8 de abril de 2014

Sem ti




Sem ti
Foi estranho ver todo este silêncio,
sentir o ar parado, o relógio quebrado,
Ver o tempo passar pelas sombras.

E o desespero agora veio fazer-me companhia,
ouço seus gritos pela casa vazia,
se o procuro, é o nada que encontro.

Ainda te procuro pela casa,
ansiando encontrar qualquer lembrança,
que te traga mais perto de mim.

Foi estranho procurar por você,
Encontrar apenas esse silêncio,
Me vi entrevistando as sombras dançantes,

Logo, nem elas se farão presente.


Betânia Uchôa

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Olhe para trás


Olhe para trás



Olhe para mim...
Olhe para trás,
me verá ainda aqui,
te esperando,
pois a dor passou,
com amor pode seguir feliz
más não vá sozinho
siga comigo,
veja o caminho que se abre
levante os olhos
veja o amor,
olhe para trás,
Olhe para mim...



Obs: Leia também de baixo para cima.
Betânia Uchôa

quinta-feira, 22 de março de 2012

Se não amas


-SE NÃO AMAS-

Se não amas, vou entender o seu vazio
Te engolfando nesses abismos sem fim.
E mesmo que te espere, ainda estará vazio,
Como um deserto, sem vida, e só a seca
Encontrará morada em teu coração.

E tantos dias e noites, virão a ti,
O tempo passará, mas te enganará,
Deixando a loucura em sua mente,
E imaginará que ele ainda não passou.

E só então, verá o teu futuro como realmente é...
Sem saudades, sem melodias, sem risadas enchendo o ar,
E as tuas lágrimas então surgirão,
Como a pedir clemência, pelo tempo que passou.

-Betânia Uchôa-

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Deixa-me aqui amor

 

Deixa-me aqui amor

Deixa-me aqui amor, apenas procurando
O instante perfeito e que eu assim fique.
Com o coração leve, feliz e imaginando,
Uma razão para esse amor, que o justifique.

Deixa-me aqui amor, e busquemos
Esse instante, que o destino assim decreta,
O elo para juntar toda a história que trazemos
Sem retocarmos um fio, ou as arestas.

Pois que sejamos simplesmente água e fogo
Juntando nossa pele, em nossa paixão.
O amor prazeroso dos que amam, satisfação.

Deixa-me aqui amor, pelo som que clamam
Nossas bocas pelo voo em sua exaustão,
Do céu a terra, caindo devagar até o chão.
Betânia Uchôa

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Bem-te-vi


Bem-te-vi

Pela janela vi um Bem-te-vi,
fazia bailar toda a flora...
Brindava o sol aqui e ali!
Lembrava cenas de outrora...

Ele não tinha problema em ir
Em seu voo ia sempre feliz.
Não existia isso de partir,
Estava ali e saia num triz...

Fico com esta cena na mente,
Olho ora para terra e o céu.
Meu ser procura e ainda sente,
Vendo ele mais feliz que eu...

Meu corpo não está em mim,
Sou o Bem-te-vi em volta da flor...
Sentindo este perfume vim,
Cantando ao dia cheio de cor.

Essa vida é o meu desejo,
Vendo Primaveras e Outonos
Longas horas que almejo,
Para sair do meu abandono...

Betânia Uchôa

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Flor da Estação



Flor da Estação

Veja essa flor,
é o símbolo do amor
por isso tem esse esplendor.

Veja como se mostra,
Se veste e se dá,
em suas vestes de puro veludo.

Veja como é doce,
embriaga os sentidos,
procurando amenizar quem sabe a dor.

Veja como finge ser triste
compartilhando minha tristeza
quando se aproxima a partida.

Veja essa flor,
agora é só uma imagem,
mas já chega de viagem,

Veja essa flor,
agora não tarda a chegar,
junto com a estação.

É o símbolo do meu desejo,
é o que vai no coração,
um alegria, um beijo.

Trago na boca o gosto,
e a lembrança no coração.

Tudo está mudando de cor,
com sua leve lembrança,
é primavera, é primavera....

Saúda o meu coração.

-Betânia Uchôa-

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O amanhã






O amanhã

O amanhã nunca morre,
se ele acaba para você,
ele sempre renasce 
na vida de um outro alguém.

Betânia Uchôa


sábado, 30 de julho de 2011

Tua riqueza


Tua riqueza



Você tem a lua.

Que contempla e lhe acolhe,
Você tem o vento e
Com seu carinho, lhe assanha
os cabelos.

Você tem o sol.

Que em sua grandeza,
Nasce e lhe dá o dia,
sua beleza e sua claridade,
lhe dar o seu calor.

Você tem o amor.

Que lhe completa,
lhe deixando leve e feliz,
deixando seu peito cheio,
seu corpo em anseios,
a luz em teu meio.

Você tem a mim.

Que te acompanha,
que lhe assanha, lhe ouve,
lhe chama, lhe quer e lhe clama.
E com você é pura chama,
na paixão e no amor.

Você tem o belo.

E converte o feio em sua
frente, na beleza de teu
interior, tua realidade em
simples flor.
É tua fantasia, tua alegria.

Você tem a arte.

Com ela você diz ao mundo,
o que é preciso, tanto
em canção, em poesia...
essa imensa beleza tua,
em tela, em palco,
o que importa é você!

Ser você!



Betânia Uchôa

sábado, 2 de julho de 2011

Confissões de um viajante


Confissões de um viajante

Vem, conta-me de tuas idas
Em que a solidão foi tua companhia,
Da noite que muda, de acordo com a tua direção.

Vem, conta-me de tuas vontades
Em que um breve desejo, mudou sua história
Do acordar em terras distantes, sem nome, sem cor.

Vem, conta-me de teus medos
Em que o desespero já tomou conta de teu ser
Do sentimento de esperança que nesta hora o confortou.

Vem, conta-me de teus pensamentos
Que correram soltos, livres, eram pássaros
Do sentimento de liberdade, do novo, do conhecimento.

Vem, conta-me de teus amores
E foram tantos, dentro de tua breve vida,
Dessa vida compartilhada, mas livre para seguir.

Vem, conta-me simplesmente de ti,
O porquê de tua chegada, e quando será tua partida
E desse sentimento, agora tão tarde, querendo acolhida.

Vem, conta-me de teu coração,
Ainda é um ator, um errante, um fingidor?
E desse ar maltrato, de várias vidas, todas elas sem amor.

Vem, conta-me...



Betânia Uchôa